quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Dislexia - conheça um pouco mais

Em entrevista exclusiva à CRESCER, Hélio Magri Filho, autor do livro Sou Disléxico e Daí? (Ed. M. Books, R$ 29) e membro da Associação Brasileira de Dislexia, conta as dificuldades que enfrentou durante a infância antes de descobrir que era disléxico. Ele alerta os pais sobre os primeiros sinais que a criança demonstra e a melhor forma de lidar e tratar o distúrbio


CRESCER: Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou quando era criança?
Hélio Magri Filho: Tive muita dificuldade para aprender e me comportar. Na escola, a leitura era um enorme problema. Não conseguia decodificar símbolos e sons nem coordenar o esforço necessário para desenhar as letras. Os números também representavam um amontoado de incógnitas sem significado. Isso afetou as minhas relações de amizade e com a minha família. Com tanta discriminação, perdi a confiança em mim e minha autoestima foi parar lá embaixo. Talvez, esse seja o maior problema que uma criança disléxica vai enfrentar durante a vida. Se não entendemos quem somos, como poderemos entender a vida como ela é? Como tudo na vida parece ter sempre um jeito, eu criava estratégias para lidar com números, evitava leituras em voz alta, alegava sempre algum mal estar súbito e outras tantas desculpas.

C: Quando você descobriu que tinha dislexia?
H.M.F.: Nos anos da ditadura saí do Brasil e fui morar no exterior. Em alguns países, os recursos são mais disponíveis, mas só aos 40 anos consegui dar nome à minha dificuldade existencial – fui diagnosticado como portador de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperartividade), do tipo desatento, discalculia e dislexia.

C. Qual foi a atitude de seus pais?
H.M.F.: Meus pais, e acho que seja o caso da maioria deles, não entendiam e não aceitavam que isso pudesse ser alguma coisa além de preguiça. Por isso, o sofrimento – e a frustração - deles foi grande.

C: A partir de que idade uma criança começa a apresentar os primeiros sinais de dislexia? Quais são eles?
H.M.F.: A dislexia pode ser identificada nos primeiros anos escolares, após a criança ser alfabetizada. É importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes para aumentar as chances de superar ou conviver melhor com os sintomas. Os principais sinais são dificuldade em fazer cálculos mentais, em organizar tarefas, lidar com noções de tempo e espaço. O aprendizado de ler e escrever é inconstante, assim como a dificuldade com os sons das palavras e soletração. Na hora de escrever, é comum haver trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas; além de fácil dispersão.

C: O que os pais devem observar no comportamento das crianças quando começam a desconfiar que ela pode ter dislexia?
H.M.F.: Na maioria dos casos de dislexia confirmados no mundo, as famílias apresentam histórico de problemas. Podem ser os pais, mães, avôs, avós, tios e até mesmo primos. O cérebro dos disléxicos é normal, mas processa informações em área diferentes daquelas usadas pelo cérebro de um não-disléxico. Portanto, de modo geral, se seu filho demonstra dificuldades em aprender alguma coisa, se você acha que ele está demorando muito a aprender a pronunciar palavras, ou que o desempenho dele deixa muito a desejar, não só o escolar, mas nas atividades em geral, observe-o com mais atenção.

C: Como é o tratamento da dislexia?
H.M.F.: Existem basicamente dois métodos de tratamento: o multissensorial e o fônico. Enquanto o método multissensorial é mais indicado para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar, o método fônico deve começar logo no início da alfabetização. O mais importante é procurar ajuda especializada, como um psicólogo infantil, assim que perceber os primeiros sintomas.

Fonte site Crescer
Por Bruna Menegueço

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Como estimular seu bebê

Prepare-se: assim que começa a sentar sem apoio, seu bebê adquire uma visão melhor do ambiente e tudo será objeto de uma saudável curiosidade, que é ponto de partida para a aquisição e o desenvolvimento de inúmeras habilidades.

Para enxergar melhor algo que despertou sua atenção ou impulsionada pelo desejo de alcançar um objeto distante, por exemplo, a criança irá intensificar as tentativas de se deslocar sem ajuda. Logo, estará se arrastando pelo chão apoiada no bumbum ou mergulhando de barriga. Depois, vai descobrir como se apoiar com as mãos e os joelhos e engatinhar.

As explorações e brincadeiras desta fase permitem ao bebê expandir seu desenvolvimento como um todo. "A criança se relaciona com o ambiente exercitando todos os sentidos, e cabe aos pais incentivarem as experiências do pequeno com atividades e brincadeiras variadas", afirma a pedagoga Julia Manglano, de São Paulo.

Evite só ficar com o bebê no colo ou de deixá-lo em espaços limitados, como cercados, durante longas horas. Seu filho precisa brincar no chão e explorar o ambiente. Claro que alguns cuidados básicos de segurança devem ser tomados. "Afinal, os pequenos não têm noção de perigo e dependem do olhar atento dos pais para se guiar nas suas primeiras aventuras", diz Julia.

Para favorecer a locomoção

· Motive a criança a se movimentar colocando alguns dos brinquedos preferidos dela a certa distância. Se necessário, incentive-a pedindo que vá buscá-los.

· Proporcione a oportunidade de brincar em diferentes superfícies, como grama, tapetes e areia.

· Experimente colocá-lo sobre uma bola grande e movê-lo para a frente e para trás e de um lado para o outro. Quando ele estiver no colo, balance-o em várias direções com suavidade.

· Aproveite pelo menos os fins de semana para levá-lo no parque, no clube e em lugares onde ele possa circular mais livremente.

Para acelerar as habilidades manuais

· Junte os brinquedos em pequenas caixas e deixe que o bebê manipule esses objetos à vontade, pegando-os e guardando-os de volta. A criança também vai se divertir brincando de tirar e recolocar as meias na gaveta.

· Ofereça brinquedos de encaixe simples e recipientes que ela consiga montar e desmontar ou tampar e destampar com facilidade.

· Permita que o bebê tenha contato com diversos objetos de diferentes tamanhos, pesos e texturas, mesmo que não sejam brinquedos.

· Incentive-o nas atividades com água e areia limpa.

· Dê livros de capa dura para que ele tente folhear.

· Libere revistas velhas para seu filho amassar e rasgar.

Para estimular a inteligência auditiva

· Coloque música de qualidade para o pequeno ouvir durante uma hora por dia.

· Leia ou conte histórias infantis para ele todos os dias.

· Se souber tocar um instrumento, faça apresentações especiais para o filhote.

· Garimpe livros infantis que reproduzam os sons de diferentes instrumentos ou grave esses sons para que ele comece a distingui-los.

Para aperfeiçoar a capacidade visual

· Organize passeios de "aprendizagem". É simples: basta circular com a criança no colo pelos vários espaços da casa, apontando e nomeando até dez objetos diferentes. Repita o mesmo roteiro durante uma semana, até perceber que o bebê já começa a reconhecer cada um dos objetos.

· Mostre fotos grandes e diga o nome das pessoas, especialmente daquelas com quem ele mais convive.

Para ensinar as primeiras palavras

· Faça perguntas e responda você mesma, tomando o cuidado de usar poucas palavras. Por exemplo: "Tudo bem?" e, em seguida: "Tudo". Ou: "Quantos anos você vai fazer?" e, logo depois respondendo: "Um".

· No carro, na hora do banho, no almoço: sempre que estiverem juntos, cante e converse com seu filho.

· Recite poesias curtas, com rimas fáceis e sonoras.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Dia Mundial da Amamentação: tire suas dúvidas sobre o aleitamento

POR LAURA TAVARES
(DISPONÍVEL EM: http://msn.minhavida.com.br/categoria/180-Especial-Amamentacao.htm)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam aleitamento materno exclusivo até que o bebê complete seis meses de idade. Ainda assim, muitas mães ficam confusas com tantas informações conflitantes que recebem ainda durante a gravidez. Se os seus seios forem pequenos, ela produzirá pouco leite? Ela deve parar de consumir alimentos light e diet? Após a amamentação, suas mamas ficarão menores e caídas?

Tomar caldo de cana e cerveja preta dá mais leite?

Não, ainda não há comprovação de que eles estimulem a produção. Durante o período de amamentação, recomenda-se que a mãe tome bastante líquido para garantir uma boa produção de leite. Entretanto, como explica a pediatra Raquel Quiles, não há qualquer estudo científico comprovando que determinadas bebidas sejam mais efetivas. Além disso, alcoólicos, bem como o tabaco, são contraindicados para mulheres em período de aleitamento, uma vez que as substâncias nocivas consumidas podem passar para o leite e, consequentemente, para o bebê.

Seios pequenos produzem pouco leite?
Não, a produção de leite não está relacionada ao tamanho dos seios."Mamas pequenas são capazes de produzir tanto leite quanto - ou até mais - as mamas grandes", esclarece a especialista. A diferença que pode ocorrer entre ambos está relacionada à capacidade de armazenamento. Nesse caso, mulheres com mamas pequenas deverão amamentar seus filhos com uma frequência maior do que aquelas com mamas grandes.

Alguns leites maternos são fracos?
Não, o leite materno é sempre o melhor alimento para o bebê. Não existe leite materno fraco. O que diferencia um leite de outro é a fase de amamentação em que a mãe se encontra. Assim, como explica Raquel Quiles, nos primeiros dias, o líquido que sai do seio materno se chama colostro. Depois, o leite começa a sair um pouco aguado. Este é o período no qual o alimento se torna mais rico em anticorpos e proteínas. Mais para frente, então, ele fica branco amarelado e espesso, sendo rico em gorduras, mas, nem por isso, menos importante que o anterior.

É ruim acordar o bebê para amamentar?
Depende das condições físicas da criança. Se o bebê estiver ganhando peso de acordo com o que havia sido previsto por seu médico e estiver mamando bem, não há necessidade de acordá-lo. Se, por outro lado, ele estiver abaixo do peso, talvez seja necessário acordá-lo.


A criança pode beber água enquanto ainda se alimenta de leite materno?

Não é necessário. Durante o período de aleitamento materno, o bebê já recebe toda a água que seu organismo necessita. Além disso, bebidas, como chás e sucos, são contraindicadas para crianças nesta fase, alerta Raquel Quiles.

Faz mal consumir alimentos light e diet durante a amamentação?
Não, se consumidos moderadamente. Em geral, alimentos light e diet têm apenas restrição de algum ingrediente ou redução da taxa de açúcar ou sódio, assim, não precisam ser cortados da dieta. Em alguns casos, porém, eles podem conter substâncias cujo uso ainda não é comprovadamente seguro durante a fase de amamentação e, por isso, é fundamental consultar seu médico previamente. "O mais recomendado é que a mãe consuma o máximo possível de alimentos frescos, deixando os industrializados para último caso", afirma a pediatra Raquel.

O regime deve ser interrompido durante a amamentação?
Sim, se a dieta for muito restritiva. "A qualidade do leite materno depende da qualidade da alimentação da mãe", ressalta Raquel. Por isso, ela deve ter uma dieta balanceada e específica para esta fase de sua vida, uma vez que a mulher que amamenta gasta mais calorias do que o normal. Dietas e medicamentos que promovem a perda de peso, portanto, devem ser evitados.

Algumas comidas alteram o sabor do leite?
Sim. O sabor do leite, assim como sua qualidade, é afetado pela alimentação da mãe. "Recomenda-se, por exemplo, que mulheres em fase de amamentação evitem consumir muito alho, pois ele muda não só o sabor, como também o odor do leite materno", conta Raquel.

É possível engravidar durante a amamentação?
Sim. Engravidar durante a amamentação é possível, mas a amamentação, desde que seja exclusiva, que a mulher não tenha menstruado e que amamente várias vezes ao dia, tem eficácia anticoncepcional de 98% nos seis primeiros meses após o parto.

Durante a amamentação, a mãe pode tomar pílula anticoncepcional?
Sim, mas depende da pílula.Nem todas as pílulas são liberadas durante o período de amamentação. "Se a mulher optar por utilizar, deve dar preferência àquelas que têm apenas progestogênio", recomenda a pediatra. Não devem ser deixados de lado, entretanto, outros métodos, como a camisinha, o diafragma e os espermaticidas, que podem ser usados em qualquer período após o parto. Já o dispositivo intrauterino (DIU) é compatível com a amamentação mesmo incluindo progestogênio.

Os seios ficam caídos ou menores após a amamentação?
Não. Logo após a amamentação, o seio pode ficar um pouco menor, justamente porque ele esvazia, mas logo voltará a encher", esclarece Raquel. Aliás, os estímulos para que ele produza leite são justamente a sucção e a sua retirada. Já a ideia de que ele ficará caído após a amamentação é lenda. Segundo a pediatra, a amamentação até melhora a estética da mama.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Marcos do desenvolvimento - AUDIÇÃO

Seu bebê já ouve bem desde que nasce, tirando os casos em que há alguma deficiência auditiva. Conforme cresce, ele vai usar o ouvido para absorver uma quantidade enorme de informação sobre o mundo que o cerca, o que por sua vez estimulará o cérebro e colaborará para conquistas no âmbito físico como sentar, virar, engatinhar e andar.
Quando se desenvolve
A audição do seu bebê estará totalmente madura ao final do primeiro mês de vida, mas vai demorar um pouco mais para que ele realmente entenda tudo o que está ouvindo.
Como se desenvolve
Desde que nasce, seu bebê presta atenção às vozes, principalmente as mais agudas, e responde a sons conhecidos (sua fala, uma história que ouve com frequência etc.). Também pode se assustar com barulhos fortes e repentinos.

Com 3 meses, o lobo temporal do bebê -- que participa da audição, da linguagem e do olfato -- fica mais receptivo e ativo. Por isso, ao ouvir sua voz, seu filho pode olhar diretamente para você e começar a fazer sons para responder. Mas falar e ouvir são atividades que podem cansá-lo. Nessa idade, se seu filho desviar o olhar ou perder a concentração enquanto você conversa com ele ou lê uma história, não é preciso se preocupar com possíveis problemas na audição. Pode ser só excesso de estímulo.

Com 5 meses, o bebê vai perceber a origem dos sons, e vai se virar sempre que ouvir um barulho novo. Crianças de 5 meses também são capazes de reconhecer o próprio nome -- observe como seu filho olha para você quando você o chama, ou quando fala sobre ele com outras pessoas.
O que vem pela frente
A audição do bebê se desenvolve totalmente quando ele é bem pequeno, mas é importante detectar qualquer problema bem cedo. Uma boa audição é a base para o desenvolvimento da fala. Quando ouve os outros falarem, o bebê aprende o som das palavras e a estrutura das frases, coisas essenciais para a formação da linguagem.

O que você pode fazer
Muitas maternidades oferecem o chamado "teste da orelhinha", a triagem auditiva neonatal, que não incomoda o bebê e pode ajudar a diagnosticar alguma deficiência bem cedo, amenizando as sequelas.
Além do exame, há muita coisa que você pode fazer para ajudar seu filho a se acostumar com sons novos e aprender com eles. Experimente recitar versinhos populares, cantar e tocar música para ele. Não há necessidade de se restringir a musiquinhas infantis. Você pode mostrar qualquer coisa ao seu filho, seja MPB, música clássica ou rock. Até um sino dos ventos pendurado na janela ou o tiquetaque de um relógio são suficientes para entreter o bebê -- quanto mais variados os sons, melhor. Logo você vai perceber que seu filho prefere um tipo de som ao outro, quando ele começar a demonstrar seus primeiros gostos.

Ler para uma criança, não importa a idade, é sempre benéfico, pois ajuda o bebê a treinar o ouvido para a cadência da língua. Por isso vale a pena variar o tom de voz (grossa para o Lobo Mau, fininha para a Chapeuzinho Vermelho), dar ênfase em determinados trechos e acompanhar a leitura com gestos, o que vai tornar a experiência mais estimulante para vocês dois. Além disso, quanto mais você ler para seu filho e conversar com ele, mais sons e palavras ele vai aprender, no caminho certo para começar a falar.

Bebês de cerca de 4 ou 5 meses podem começar a observar sua boca com atenção quando você fala, e tentar imitar entonações e pronunciar sons consonantais como "m" e "b".

Quando se preocupar
Os bebês são surpreendentes: conseguem (ainda bem!) continuar dormindo mesmo com o telefone tocando ou o cachorro latindo. É normal -- eles precisam dormir. Apesar de a grande maioria dos bebês escutar muito bem, algumas crianças apresentam déficits auditivos, em especial se tiverem nascido muito prematuras ou se sofreram privação de oxigênio ou alguma infecção grave ao nascer. Quando há casos de problemas auditivos na família, o risco de o bebê ter alguma deficiência nessa área é maior.

O normal é que, quando acordado e alerta -- e sem estar resfriado nem com dor de ouvido, que podem afetar a audição --, o bebê se assuste com barulhos fortes e repentinos, acalme-se e olhe para você ao ouvir sua voz e pareça reagir aos sons que o cercam.

O "teste da orelhinha", simples e rápido, verifica a audição de recém-nascidos e pode ser feito na própria maternidade. Hospitais públicos de várias regiões já oferecem o exame gratuitamente. Se seu bebê não fez o exame quando nasceu, converse com o pediatra. Também dá para avaliar a audição do seu bebê em casa, com os seguintes testes práticos:

• Menos de 3 meses: Bata palmas por trás da cabeça do bebê. Se ele se assustar, está ouvindo bem. Se não, tente mais algumas vezes.
• De 4 a 6 meses: Chame seu filho pelo nome e observe se ele vira a cabeça ou reage ao som da sua voz. Preste atenção se ele mexe os olhos e a cabeça para procurar de onde vem algum som interessante.
• De 6 a 10 meses: Verifique se a criança reage ao próprio nome e a sons conhecidos do ambiente em que vive, como o toque do telefone ou o barulho do aspirador de pó.
• De 10 meses a 1 ano e 3 meses: Peça ao seu filho que aponte para a imagem de alguma coisa conhecida em um livro (o "au au", por exemplo). Se ele não conseguir, talvez não esteja escutando o pedido.

Se seu filho passou em todos esses testes mas você continua preocupada, confie no seu instinto de mãe e converse com o pediatra. O ideal é que eventuais problemas de audição sejam detectados o mais cedo possível. Segundo as pesquisas mais recentes, o uso de equipamentos para auxiliar na audição antes dos 6 meses de idade colabora significativamente para que essas crianças desenvolvam a fala e a linguagem.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Por que meu filho rói unha?

O hábito de roer unhas pode começar a partir dos três ou quatro anos de idade.
A onicofagia, como esse costume é chamado, pode ser considerado normal para essa fase do desenvolvimento da criança, já que o roer tem certa relação com a “independência” do pequeno.

Explicamos: é na faixa dos 3 ou 4 anos que a criança começa a fazer coisas sozinhas. É o início dos desafios, pois já não recebe tudo prontinho como na fase de bebê. Acontece que às vezes ele consegue passar pelos obstáculos apresentados. Mas outras não. E quando não consegue executar algo, o pequeno pode ficar ansioso. O que ele pode fazer para minimizar a tensão? Isso mesmo: roer a unha.

Esse hábito pode ser passageiro ou então durar até os 16, 18 anos, com picos de melhora e piora. Para alguns, pode permanecer durante toda vida.Além da tensão e ansiedade, outros fatores contribuem para esse péssimo hábito. O tédio, o cansaço e o estresse. Pouca atividade ou em excesso são prejudiciais.

Muitas vezes o roer de unhas pode ser uma imitação dos pais, do irmão ou de um amiguinho da escola e nem sempre provém de alguma ansiedade. É bom estar de olho nos modelos que a criança copia. Normalmente, a imitação é um hábito passageiro.

Algumas dicas auxiliam os pais a ajudar os filhos a cessarem o roer de unhas. Uma das mais importantes é não reforçar. Portanto, não adianta chamar a atenção ou dar bronca quando a criança estiver roendo a unha. Com isso, os pais chamam a atenção para o hábito, reforçando-o, dando a atenção que toda criança gosta – mesmo sendo uma advertência. Que coisa, né.

Castigos, colocar pimenta ou outra substância amarga nos dedos também não resolve. Para a criança, parece que os pais estão punindo-a. Não há motivo para punição, já que roer as unhas é um ato compulsivo e não porque a criança quer.

Se os pais perceberem que os filhos roem as unhas em momentos de tensão, evite que assistam a filmes ou desenhos que contenham perseguições, suspenses ou de terror.

Driblando esse mau costume - A melhor maneira de acabar ou diminuir a oniofagia é conversar e conscientizar a criança sobre o mau hábito. Dizer que é perigoso para a saúde, já que as unhas estão normalmente sujas e pode entortar os dentes. A criação de gestos para ser usado na frente de outras pessoas que só você e o seu filho saibam para que ele retire a mão da boca é importante para que não se sinta envergonhado.

Realizar atividades relaxantes com a criança e oferecer um espaço para que expresse seus medos, angustias e dúvidas são muito importantes. Promova elogios a todas as atividades que a criança consiga realizar e incentive as que não consegue. Nunca deprecie ou humilhe na frente de outras pessoas.

Se a criança estiver roendo as unhas, não chame a sua atenção. Simplesmente lhe dê um brinquedo, peça para que te ajude em alguma atividade ou peça para que cantem uma música juntos. A criança sem perceber cessará o hábito.

A preocupação pode aumentar quando a criança rói as unhas e ainda apresenta um comportamento incomum, como agressividade, medos exagerados, choro e baixa tolerância a frustração. Nesses casos, é melhor procurar ajuda especializada de um psicólogo, pois mostra que a criança não está conseguindo sozinha resolver seu conflito.

Bruno Rodrigues

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Os riscos do atraso no diagnóstico de problemas de fala

A fala é uma característica que difere os seres humanos. Qualquer problema relacionado a ela pode dificultar a comunicação e, com o tempo, abalar o emocional da criança e adulto. Portanto, o encaminhamento para o fonoaudiólogo deve ser o mais precoce possível. Mas um grande erro tem ocorrido e trazido prejuízo ao desenvolvimento do pequeno.

A maior parte dos pediatras não encaminha a criança com alteração no desenvolvimento de linguagem no período adequado. Essa é a conclusão do estudo da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo – USP – e publicada na Revista CEFAC (Atualização Científica em Fonoaudiologia e Educação).

Sabe quais riscos quando os pais demoram a levar os filhos para um diagnóstico preciso? Vejamos. Metade das crianças com um atraso na fala aos 24-30 meses pode apresentar atraso severo entre 3 e 4 anos. Além disso, um distúrbio de aprendizagem pode ser verificado posteriormente no ingresso na escola.

Um atraso no desenvolvimento da fala pode causar mais tarde uma dificuldade no convívio com outras crianças na escolinha, sendo alvo de constrangimentos, já que é percebida pela sua dificuldade. Isso pode gerar apelidos que podem permanecer por muito tempo, gerando prejuízos emocionais até a idade adulta.

A comunicação, isto é, a fala, permite uma maior liberdade, onde a criança planeja e oriente suas ações, expressa seus sentimentos, diminuindo assim sua impulsividade e agressividade.

Os casos mais sérios de alteração de fala principalmente com dificuldade de interação ou patologia mais grave são detectados e encaminhados mais precocemente. Já os distúrbios mais simples e comuns, como um atraso do desenvolvimento da fala ou distúrbio fonológico (omissão ou trocas de fonemas), têm sido encaminhados com 3 anos ou mais, tornando a terapia mais demorada.

Os erros - Os médicos têm a preocupação com a idade em que a criança começa a falar, mas, normalmente, só encaminham quando os pais ou a escola fazem queixa sobre o desenvolvimento da comunicação dos pequenos. E a criança, coitada, sofrerá para lidar com um obstáculo que poderia ter sido detectado com antecedência ou por profissional específico para o assunto.

Um dos motivos para que ocorra atraso na descoberta do problema é a formação dos profissionais médicos, que relataram ao estudo da USP não ter nada específico que abordasse o tema linguagem infantil. Recado para mamãe e papai: saibam diferenciar os profissionais. Um fonoaudiólogo é o mais indicado a conferir o problema de fala.

“Mesmo entre os pediatras mais experientes, é comum que a consulta tenha como objetivo a doença e não a preocupação com questões básicas do desenvolvimento da criança, como a fala, que podem ser tão prejudiciais quanto qualquer outro problema de saúde", relata Luciana Paula Maximino, uma das autoras do trabalho e professora do Departamento de Fonoaudiologia.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Síndrome de alcoolismo fetal causa danos permanentes no bebê

A doença é muito comum e dificilmente diagnosticada

Segundo estudos da organização mundial da saúde (OMS), 12 mil bebês nascem com a SAF (Síndrome de Alcoolismo Fetal) por ano. A organização não-governamental The National Organization on Fetal Alcohol Syndrome (Nofas) apresentou uma pesquisa em que cerca de 40 mil crianças por ano em todo o mundo sofrem de SAF, número que supera doenças como Síndrome de Down e distrofia muscular. No Brasil, não existe nenhum dado oficial que determine quantos bebês são atingidos pela doença, mas o número de casos pode ser muito grande, já que na maioria das vezes não é diagnosticada.

Com o consumo excessivo de bebida alcoólica, a substância é absorvida pelo bebê através da placenta, e é responsável por grande parte das deficiências apresentadas pelos recém-nascidos. Após o nascimento, surgem alguns sintomas, que são conhecidos como EAF (efeitos do álcool no feto) e os mais comuns são: baixo peso ao nascer, disformismo facial (lábio superior mais fino, cabeça menor do que a média), má formação de alguns órgãos e dificuldade em desenvolver habilidades, como a fala e a coordenação motora.

Segundo o Dr.Jorge Huberman, pediatra e neonatologista do Instituto Saúde Plena e do Hospital Albert Einstein, tudo o que a grávida absorve, seja alimentação, bebidas ou drogas, é levado diretamente ao organismo do feto, o que pode trazer benefícios ou danos à saúde do bebê.

“É importante que as mães saibam que qualquer quantidade de álcool ingerida pode trazer riscos à saúde do bebê, e isso também vale para medicamentos e outras drogas”, explica Dr. Huberman.

Para que a SAF seja diagnosticada, é necessário que o pediatra seja informado dos hábitos da mãe na gravidez e se existe histórico de alcoolismo na família. De acordo com o Dr. Huberman, o tratamento varia de acordo com cada caso, já que cada criança apresenta sintomas específicos.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dor de Ouvido - Otite

Os riscos e os cuidados com as dores de ouvido


Otite é o nome médico para todas as infecções de ouvido. Talvez os pais ouvirão falar muito em otite ao longo do desenvolvimento do filho, já que é a segunda maior infecção que atinge as crianças até sete anos de idade. Portanto, os cuidados com a otite média devem ser grandes.

O período de maior incidência é no primeiro ano de vida, onde 2/3 das crianças apresentam a infecção de ouvido. Aos sete anos, aproximadamente 90% das crianças apresentam otite média e 75% apresentam três ou mais casos.

A bactéria Streptococcus pneumoniae é a causadora da otite média. Bactéria “adora” local com aglomeração e pouca circulação de ar. Portanto, crianças que frequentam creches, escolinhas ou locais com muita gente estão mais sujeitas à disseminação e exposição desta bactéria.

Normalmente essas bactérias existem normalmente na flora do organismo, mas quando chegam à orelha média pela boca ou nariz podem causar infecção. Por isso, algumas infecções das vias aéreas (resfriados, secreção, sinusite) causam dores de ouvido, pois a secreção pode instalar-se na orelha média.

O principal sintoma da otite média aguda é a otalgia (dor de ouvido), mas outros sintomas podem estar presentes, como febre, a diminuição da audição e os vômitos. Nas crianças com menos de um ano, a otite pode manifestar-se por febre, irritabilidade, prostração, recusa alimentar, vômitos e diarréia.

Se a infecção for leve, o médico pode receitar um analgésico e um antitérmico para a dor e febre. Caso a otite seja mais grave, um antibiótico será receitado e podem ser associados a antiinflamatórios, antialérgicos e descongestionantes nasais. Repetindo a informação: É O MÉDICO QUEM PODE RECEITAR - não é o que o filho do vizinho, o sobrinho, fulaninho ou beutraninho tomam.

Fique de olho - Quando há repetição de otite algumas complicações podem aparecer. Nestes casos, a criança pode estar sujeita à perda da audição, dificuldades no aprendizado e atrasos no desenvolvimento da fala. Por vezes, quando as infecções se tornam muito graves, uma cirurgia pode ser indicada. Essa cirurgia é uma das mais comuns realizadas em crianças.

Força do leite materno - A melhor prevenção para a otite média é o aleitamento materno, melhor ainda se for exclusivo até os seis meses de vida, além da vacinação contra a gripe (influenza) e antipneumocócica.

Os andadores podem ser perigosos


Minhas longas discussões com Gisele, mãe de Luis Felipe, com então 8-9 meses, de fato, tinham fundamento!!!! Comprar ou não comprar um andador... Ela comprou... usou por dois meses e já está abandonado...rs

O andador infantil está sempre no centro de polêmicas quanto aos seus benefícios e malefícios. Mas a questão não é tão simples para que seja classificado como bom ou mal à criança. Os riscos de acidentes existem.

Uma informação importante é que no Canadá a venda dos andadores infantis foi proibida. Países como os Estados Unidos também querem a sua proibição. O motivo mais importante para a eliminação desses andadores é o grande números de acidentes graves envolvendo crianças e andadores. A maioria das crianças que se acidentaram com o andador sofreu traumatismo craniano e, em alguns casos, faleceram.

Ingrid Emanuelson, uma pesquisadora sueca, considerou o andador o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground.

Os andadores em que a crianças ficam sentada no meio com os pezinhos empurrando o utensílio podem chegar à velocidade de 1 metro por segundo. Qualquer objeto que trave a sua rodinha pode tombar o andador e a primeira parte do corpo a ser projetada ao chão qual é?? Quem respondeu a cabeça acertou. Daí o risco.

A escada é outro perigo: ”É muito comum a queda do andador em escadas, e as lesões decorrentes desta queda sempre são graves, com trauma de crânio e hospitalização”, relata o pediatra Emílio Carlos Elias Baracat.

Há outro tipo de andador em que a criança só se apoia e empurra. Estes também podem acarretar acidentes, mas em menor proporção e gravidade do que os anteriores. Não chega a velocidades grandes. E se a criança escorregar é mais difícil que a cabeça seja a primeira parte do corpo a tocar o chão.

Atenção dos responsáveis é fundamental - Os pais pensam no andador como uma ajuda para a independência dos filhos. Com os filhos colocados dentro do aparato, os pais se consideram mais tranquilos para que possam fazer a comida, passar roupa ou assistir televisão, deixando-os sozinhos. Engano grande. Com o andador, a atenção deve ser redobrada.

Se os pais apesar de tudo, optarem pelo andador, seu uso deve ser sempre supervisionado e com tempo limitado para que a criança possa explorar o seu ambiente de formas diferentes, se desenvolvendo bem tanto motora como cognitivamente.

Mas, será que vale a pena arriscar???

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Jaime Luiz Zorzi: "A escola ignora quem não consegue aprender"

Se os índices de fracasso escolar brasileiros na tentativa de alfabetização se devessem a distúrbios dos alunos, poderíamos crer numa epidemia. O que ocorre, porém, é uma tendência perversa do sistema de ensino que leva os educadores a não distinguir entre as próprias limitações e as dos estudantes. A necessidade de esclarecer da melhor forma possível as dúvidas dos pais que o procuram para saber se os filhos sofrem de problemas de aprendizagem levou o fonoaudiólogo Jaime Luiz Zorzi a extrapolar os conhecimentos exclusivos da profissão que escolheu. Assim, ele começou a relacionar as informações sobre o funcionamento do organismo humano com uma preocupação quanto à prática de ensino no país. Zorzi graduou-se em Fonoaudiologia na Universidade Estadual de Campinas e, nos cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado que se seguiram, tomou o caminho da Educação, em particular o da alfabetização. Entre as questões relacionadas a essa área, especializou-se nas de ortografia. Ele é diretor do Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica (Cefac), em São Paulo, ao qual se liga uma clínica-escola que atende jovens com problemas de desenvolvimento da escrita. Com essa atuação, Zorzi tornou-se um observador privilegiado do que há de mito e verdade nas dificuldades de aprendizagem dos estudantes brasileiros, como ele relata na entrevista a seguir.

Como o senhor passou de uma perspectiva clínica do aprendizado da escrita para uma compreensão social?
JAIME LUIZ ZORZI Muitas pessoas procuram um fonoaudiólogo por causa de problemas ligados à aprendizagem. Isso já nos leva, naturalmente, a entrar em contato com a escola. É fácil perceber que não se trata apenas de uma questão clínica. Na realidade, os verdadeiros distúrbios de aprendizagem correspondem a uma minoria e os falsos têm mais a ver com as circunstâncias da Educação oferecida. Muitas vezes falta ajuste entre as características do aluno e o método proposto em sala de aula.

As causas propriamente orgânicas respondem por que parcela do total de alunos com dificuldades?
Zorzi Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, entre 10% e 15% do total de crianças com problemas de aprendizagem apresentam distúrbios orgânicos. Incluem-se aí quadros importantes de deficiências mentais, auditivas, motoras, visuais e múltiplas, além de casos mais pontuais, como a dislexia. Mas o índice de fracasso escolar ultrapassa15%, atingindo 40% ou mais. E há ainda os estudantes que passam de ano sem ter aprendido corretamente. Nossa experiência de atendimento, por outro lado, mostra que sempre há resposta em condições favoráveis de aprendizagem.

Que exames indicam ou descartam limitações intrínsecas?
Zorzi Idealmente, um diagnóstico desse tipo deveria ser feito por uma equipe multiprofissional, nas áreas psicológica, neuropsicológica, fonoaudiológica e psicopedagógica. Aí temos um conjunto mais ou menos fechado de exames tradicionais. Há alguns opcionais, dependendo do caso, como os psiquiátricos e mesmo uma radiografia ou um eletroencefalograma. Mas uma visão de equipe só é oferecida por serviços particulares (para quem tem condições de pagar) ou pelas universidades. O que costuma ocorrer é a criança ser levada a um profissional e ele solicitar a ajuda de outro. A família poder vir a escolher alguém sem a especialização requerida, ou que divirja da abordagem do primeiro, ou até interromper o processo. Em geral, infelizmente, não se presta a atenção devida ao caso e isso tem drásticas conseqüências sociais e emocionais.

Revista Nova Escola

terça-feira, 19 de abril de 2011

Motricidade Orofacial

“Motricidade Orofacial é o campo da Fonoaudiologia voltado para o estudo/pesquisa, prevenção, avaliação, diagnóstico, desenvolvimento, habilitação, aperfeiçoamento e reabilitação dos aspectos estruturais e funcionais das regiões orofaciais e cervicais.” (Comitê de Motricidade Orofacial da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia).
Esta especialidade vem se mostrando inovadora nos ultimos anos, tornando-se o carro chefe da profissão. Seu enfoque é no desempenho de atividades que trabalham as funções orofaciais e cervicais em suas diversas interfaces: os órgãos fonoarticulatórios e suas funções estomatognáticas (sucção, mastigação, deglutição, respiração e fonação).
O especialista nesta área da fonoaudiologia relaciona-se com várias outras áreas afins, possibilitando um mercado de trabalho bastante amplo, promissor e compatível com a realidade da maioria das regiões do país, podendo atuar com vários outros profissionais como por exemplo: neurologista, pediatra, fisioterapeuta, psicólogo, otorrinolaringologista, dermatologista, gastroenterologista, cirurgião plástico, cirurgião cabeça e pescoço, cirurgião bucomaxilo facial, neonatologista, ortodontista dentre outros.
O fonoaudiólogo especialista em Motricidade Orofacial deve ter conhecimentos e habilidades específicas, conforme a descrição do Comitê de Motricidade Orofacial da SBFa:
- Conhecer anatomia e fisiologia pertinente as estruturas orofaciais cervicais,
- Compreender fatores contribuintes e causais relacionados aos distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais,
- Compreender os conceitos odontológicos e médicos básicos,
- Compreender inter-relações da fala, voz e os distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais,
- Compreender, avaliar e identificar fatores e procedimentos que afetam o prognóstico,
- Desenvolver um plano de tratamento apropriado e individualizado,
- Atuar em ambiente apropriado para a realização de serviços profissionais,
- Documentar todos os procedimentos realizados,
- Ter responsabilidades legais e éticas com clientes/pacientes,familiares e outros profissionais.
Segundo o Conselho Federal de Fonoaudiologia, o domínio do especialista em Motricidade Orofacial inclui aprofundamento em estudos específicos e atuação em situações que envolvam:
a) modificações estruturais e/ou miofuncionais, associados aos problemas de fala, sucção, respiração, mastigação e deglutição;
b) problemas da fala e fluência decorrentes de alterações neurológicas ou músculo-esqueléticas;
c) alterações e/ou anomalias estruturais craniofaciais- congênitas, de desenvolvimento e/ou adquiridas- ósseas, musculares, articulares, posturais, que comprometam e/ou que se associem às funções orofaciais, temporomandibulares e cervicais;
d) alterações musculares decorrentes de alterações neurológicas-congênitas, de desenvolvimento e/ou adquiridas e suas implicações miofuncionais;
e) alterações e/ou modificações decorrentes do envelhecimento, atividade muscular deficiente e/ou excessiva em seus aspectos miofuncionais e estéticos;
f) problemas relacionados às disfunções mecânicas e neurológicas da deglutição e suas conseqüências;
g) demais alterações e/ou modificações correlatas às funções orofaciais e motricidade orofacial;
h) modificações estruturais e/ou miofuncionais, associados aos problemas de fala, sucção, respiração, mastigação e deglutição;
i) problemas da fala decorrentes de alterações neurológicas ou músculo-esqueléticas;
o) fluência e seus transtornos: gagueira, taquilalia e taquifemia.

Esta é a primeira especialização que escolhi... e estou amando!!!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Atuação Fonoaudiológica na Estética Facial



O trabalho fonoaudiológico consiste primeiramente numa triagem e anamnese oferecida ao
paciente,onde serão passadas varias orientações quanto ao funcionamento ideal da musculatura
facial,higienizacao e cuidados.
Será feito o encaminhamento a Avaliação Fonoaudiologica a fim de verificar o funcionamento
muscular e sua relação direta com as funções estomatognáticas (respiração,mastigação,deglutição,sucção e fala)alem de prevenir e identificar o aparecimento de rugas em decorrência dos excessos de expressividade facial que possam marcar a pele e hábitos posturais inadequados.

Realizada a Avaliação,o terapeuta (Fonoaudiólogo) fará o planejamento terapêutico,no qual este
consistira das seguintes etapas:

• Limpeza da pele e hidratação;
• Conscientização da importância da musculatura bem trabalhada na estética facial;
• Fortalecimento e adequação muscular no funcionamento das estruturas que compõe as funções
estomatognaticas;
• Exercícios musculares faciais gerais;
• Exercícios musculares faciais específicos e individuais;
• Massagem facial ativa;
• Manutenção muscular diária,em casa(tornar habito);
• Estimulação de pontos motores de face objetivando melhor tonificação muscular;
• Massagem passiva com trabalho de relaxamento muscular facial;
• Drenagem facial e corporal manual pré e pos cirúrgica.

A idéia das sessões de Fonoaudiologia Estética, portanto, é ensinar a relaxar os músculos,bem
como tonificar aqueles que não são tão usados,para que escapem da flacidez. Assim como no resto do corpo, não é bom que a musculatura do rosto fique fortalecida ou flácida demais. A escassez ou o excesso de mímica facial pode provocar o desgaste de fibras elásticas e colagenas, o que leva ao aparecimento de marcas de expressão. Por isso, é preciso buscar equilíbrio.

quinta-feira, 31 de março de 2011

FATORES QUE FAVORECEM O ENVELHECIMENTO FACIAL

Inúmeros são os fatores responsáveis pelo envelhecimento facial. Podemos compilar em grupos, conforme abaixo mencionado:

SOL
A pele agredida pelo sol perde a elasticidade da epiderme, favorecendo o surgimento de rugas e sulcos devido a degradação de colágeno e elastina. A pele, como meio de proteção, engrossa e endurece pela exposição solar sem proteção e cuidados adequados.

ESTRESSE


É uma situação que frequentemente estamos expostos, sendo imprescindível aprendermos os arranjos necessários para melhorar nosso nível de agitação e tolerância. Diante de situações relacionadas ao estresse, ocorrem o envelhecimento das células e diminuição do sistema imunológico.

CIGARRO
O cigarro contém inúmeras substâncias tóxicas. Estas diminuem a oxigenação das células e, assim, resulta na flacidez, ausência de brilho e elasticidade da pele. Outro fator muito importante é a diminuição da absorção da Vitamina C.

SEDENTARISMO
O sedentarismo diminui consideravelmente o tônus muscular, provocando o comprometimento da agilidade, flexibilidade, força, além de propiciar o acúmulo de gordura.

ALIMENTAÇÃO INADEQUADA
Carência de Vitaminas A, C, E e ácido fólico. Gordura e sal em quantidade elevada RADICAIS LIVRES
As células utilizam oxigênio para produzir energia e por este processo geram os radicais livres, moléculas de oxigênio instáveis criadas durante as funções metabólicas clássicas - circulação e digestão.

VENTO; POLUIÇÃO; PESTICIDAS; COSMÉTICOS AGRESSIVOS; - Estes elementos nocivos à pele, conduzem a perda de água e nutrientes, conduzindo à desidratação da pele.

segunda-feira, 28 de março de 2011

FONOAUDIOLOGIA ESTÉTICA

Sem aplicar cremes, botóx e sem sentir dor a Fonoaudiologia Estética é um novo tratamento onde o paciente exercita, alonga e relaxa a musculatura do rosto.
O rosto é o cartão de visita, hoje em dia as pessoas se preocupam muito com o corpo, mantendo a boa forma e estão deixando de lado os tratamentos faciais.
A contração exagerada dos músculos é responsável pelo aparecimento das marcas e consequentemente facilita o surgimento das rugas.
Ao mastigar, respirar, engolir e falar errôneamente (às vezes nem nos damos conta disso) fazemos com que algumas regiões não sejam trabalhadas ou trabalhadas incorretamente. Daí a importância da Fonoaudiologia Estética que desenvolverá um trabalho de reorganização neuromuscular através da adequação das funções, relaxamento , alongamento , massagens, drenagem linfática e exercícios para as regiões do rosto e pescoço.

Benefícios da Fonoaudiologia Estética

- Fortalece e sustenta a face;
- Harmoniza o estético e o funcional;
- Aumenta a oxigenação e vascularização da pele;
-Define o contorno do rosto
-Atenua ou elimina sulcos,papadas, flacidez,rugas e marcas de expressão
- Minimiza ou elimina as mímicas faciais exacerbadas ou inadequadas;
- Equilibra as forças musculares da face e pescoço;
- Proporciona a aquisição de hábitos saudáveis orofaciais e cervicais;
- Adequa à postura, a respiração, a mastigação, a deglutição e a fala.

Contra-indicações na Fonoaudiologia Estética

- Excesso de acnes na pele;
- Realiza ou já realizou tratamento à base de isotretinoína via oral;
- Caso de cirurgia facial recomenda-se 6 meses de repouso e autorização médica;
- Pacientes que fizeram bioplastia;
- Pacientes sob efeito da toxina botulínica, conhecida como Botóx. Somente depois do efeito poderão ser submetidas à Fonoaudiologia Estética.

Tratamento

O tratamento é indicado para homens e mulheres a partir dos 30 anos. Ele também é indicado para pessoas mais velhas que queiram diminuir rugas ou linhas de expressão ou até mesmo para complementar o tratamento dermatológico ou plástico.

O tratamento na Fonoaudiologia Estética dura em média três meses, o paciente participa em torno de 15 sessões (uma sessão por semana). São realizados exercícios no consultório e em casa conforme as recomendações da fonoaudióloga.

Os resultados mostram que vale a pena!! Agende uma avaliação!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Algumas generalidades sobre a gagueira

Segundo alguns estudiosos:

- Predominância no sexo masculino (3-4 homens para 1 mulher).
- Há casos em todos os povos, sendo mais freqüente entre as nações civilizadas.
- Há grande índice em gêmeos.
- Em 80% a 85% dos casos, há fatores hereditários que provém mais freqüentemente do lado materno.
- Nos casais que ambos são disfêmicos, 78% têm filhos gagos.
- Início de gagueira após “over-dose”.
- Poucos casos entre portadores de deficiência auditiva.
- Há casos de cura após diagnóstico de surdez severa.
- O indivíduo gagueja quando está acompanhado ou quando sabe que está sendo observado, sozinho, ele não gagueja.
- O disfluente consegue cantar bem, sem gaguejar, pelo fato do canto e da melodia estarem relacionados ao hemisfério direito do cérebro e a fala no hemisfério esquerdo.
- As más condições físicas e alimentares agem como predisponentes.
- Alterações sono, na dentição, na puberdade, entre outros, agem em função de uma gagueira, bastante que o indivíduo tenha predisposição a este distúrbio.
- A convivência ou imitação da gagueira e o bilingüismo somente levam à disfluência se houver predisposição.

Dicas para lidar com uma criança que gagueja

- Fale lenta e relaxadamente com ela, articulando bem as palavras, dando modelos corretos da fala, mas não perca a naturalidade durante o diálogo.
- Não utilize expressões como: “respire fundo”, “pense antes de falar”, “fale mais devagar”, “calma”, "pare e tente novamente", "fale direito", etc.
- Não faça gestos ou ações como arregalar os olhos ou franzir as sobrancelhas.
- Nunca a chame de gaga e não discuta esse assunto com ela ou perto dela.
- Olhe para ela enquanto fala, demonstrando interesse em escutá-la, acene com a cabeça, sorrindo, fazendo sons de aprovação, etc.
- Evite interromper durante a fala dela, se for necessário, faça no fim da frase, nunca no começo ou no meio.
- Não a apresse para falar, nem termine a palavra ou a frase por ela, tenha paciência em escute o que tem a dizer.
- Não a force a falar em público e não exija mais do que ela pode oferecer.
- Demonstre sempre que reconhece e aprecia as suas qualidades.
- Não tente ensinar truques que possam ajudá-la a superar as dificuldades da fala.
- Preste mais atenção no conteúdo da mensagem e não no quanto ela está gaguejando.
- Não permita que outras crianças caçoem dela.

Conclui-se então que as pessoas que convivem com um portador de gagueira estejam atentos a estas orientações a fim de proporcionar-lhe um suporte emocional equilibrado visando uma melhor qualidade de vida.
Tais orientações são úteis para crianças como para adultos.
É de fundamental importância para um resultado satisfatório, o interesse e a força de vontade do indivíduo em melhorar a disfluência de sua fala.

GAGUERIA NÃO TEM GRAÇA. TEM TRATAMENTO.

SEU FILHO ESTÁ GAGUEJANDO?

Caso seu filho tenha dificuldade para falar e costume hesitar ou repetir determinadas sílabas, palavras ou frases, ele pode ter uma disfluência ou uma gagueira. Ou, também pode estar atravessando um período de disfluência normal, período este que muitas crianças enfrentam quando estão aprendendo a falar.
Este informativo vai ajudá-lo a entender a diferença entre gagueira e o desenvolvimento normal da linguagem.

A disfluência normal das crianças:
1. A criança dentro do seu desenvolvimento normal pode ser disfluente, ocasionalmente, repetindo uma ou duas vezes sílabas ou palavras, por exemplo: pa-pa-pato. As disfluências também podem incluir as hesitações e as interjeições como: “há”, “e”, “hum”.
2. As disfluências ocorrem com mais frequência entre um ano e meio e cinco anos de idade, costumam ir e vir.

Normalmente essas disfluências são sinais de que a criança está aprendendo a usar a linguagem de maneira nova. Se as disfluências desaparecerem durante várias semanas e depois voltarem, a criança pode estar atravessando uma nova fase de aprendizagem.

CRIANÇAS COM GAGUEIRA LEVE

1. A criança com gagueira leve repete sons mais de duas vezes, pa-pa-pa-pa pato por exemplo. A presença de tensão pode ser evidente nos músculos faciais, especialmente ao redor da boca.
2. A intensidade da voz pode aumentar com as repetições e, ocasionalmente, a criança terá “bloqueios” – ausência de ar por alguns segundos.
3. Tente falar mais lenta e relaxadamente quando conversar com seu filho. Encoraje os outros membros da família para fazerem o mesmo. Não fale tão devagar de modo que sua fala pareça estranha, mas mantenha-a lenta e faça várias pausas.
4. A fala lenta e relaxada pode ser mais eficaz quando a criança tiver um tempo do dia com a atenção de seus pais só para ela, sem ter que competir com os outros. Alguns minutos do seu dia podem ser reservados para a criança, é um tempo em que se vai apenas ouvir o que ela tem para falar.
5. Quando seu filho falar ou perguntar algo, tente parar um segundo ou mais antes de responder. Isso vai fazer com que sua fala fique mais lenta e relaxada.
6. Tente não ficar chateado ou nervoso quando a gagueira aumentar. Seu filho está fazendo o melhor que pode para aprender muitas regras novas de linguagem (todas ao mesmo tempo). Sua atitude de aceitação e paciência vai ajudá-lo muito.
7. Repetições sem esforço e prolongamentos de sons são as maneiras mais saudáveis de se gaguejar. Qualquer coisa que ajude seu filho a gaguejar desta maneira ao invés de com tensão e evitando palavras deve ser feito.
8. Se seu filho fica frustrado ou triste quando a gagueira está pior, dê a ele segurança. Algumas crianças se sentem melhor quando ouvem “Eu sei que é difícil falar ... mas muitas pessoas empacam em algumas palavras ... não tem importância”. Algumas crianças se sentem mais confiantes ao serem tocadas ou abraçadas quando se sentem frustradas.
9. As disfluências vão e vêm, mas estão mais presentes do que ausentes.

A CRIANÇA COM GAGUEIRA SEVERA

1. Se seu filho gagueja em mais de 10% de sua fala, apresenta esforço e tensão para falar, evita palavras (muda as palavras) e/ou usa vários sons para começar a falar, ele precisa de terapia. Os bloqueios de fala são mais comuns do que as repetições e os prolongamentos. As disfluências estão presentes na maioria das situações de comunicação.
2. Neste caso procure um serviço de fonoaudiologia para tratar de seu filho. Exija um especialista, não é qualquer profissional que sabe tratar das gagueiras infantis.
3. As sugestões dadas para os pais de crianças com gagueira leve também ser
vem para as crianças com gagueira severa. Tente lembrar que lentificar e relaxar sua própria fala traz muito mais benefícios para a criança do que falar para seu filho relaxar, respirar, pensar, falar mais devagar etc.
4. Encoraje seu filho a falar com você sobre a gagueira. Mostre paciência e aceitação enquanto conversar sobre o assunto. Superar a gagueira é mais uma questão de perder o medo de gaguejar do que se esforçar para falar melhor.

GAGUEIRA NÃO TEM GRAÇA. TEM TRATAMENTO.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Hora da Brincadeira

Brincar! Atividade indispensável para o desenvolvimento emocional e cognitivo do ser humano. Além disso, a criança usa o brinquedo para a sua socialização e amadurecimento.

Desde o nascimento, há brinquedos a serem oferecidos aos bebês e que os ajudarão a crescer de forma equilibrada, atendendo à sensibilidade que apresentam ao meio ambiente como por exemplo os móbiles, os chocalhos, os bichinhos de pano, argolas coloridas e sonoras, etc. Por volta dos três ou quatro meses, os mesmos brinquedos de antes ainda encantam, assim como os tapetes com figuras que estimulam os sentidos e a movimentação infantil. E existem em profusão de cores e formas a escolher!

No segundo semestre de vida, cubos coloridos, argolas, brinquedos leves e flutuantes, fáceis de montar e desmontar, de carregar, de puxar , empilhar, são muito apreciados pois além de divertidos permitem o exercício da movimentação.

Como por volta dos doze meses, as crianças já tem um bom equilíbrio motor para se manterem sentadas e já começam a andar sozinhas, repetem gestos dos adultos e interagem de uma forma mais atuante, os brinquedos também passam a ser condizentes com sua nova postura e que permitam novas aprendizagens como puxar, empurrar, rolar, abrir e fechar.

Crianças com 2 e 3 anos são irrequietas e começam a dominar a comunicação oral: um CD de músicas, para cantar e dançar, facilita a aquisição do ritmo musical, de um vocabulário mais variado, alegram e entretêm os pequenos. Já os livrinhos de histórias, para a mamãe e o papai lerem para ela, causam encantamento e promovem o bem estar afetivo e familiar, além de colaborar com a futura leitura da criança. Em geral crianças adoram brincar com coisas que fazem parte da vida diária da casa: as meninas empurram carrinhos de boneca, os meninos brincam com trenzinhos, carrinhos e ferramentas de plástico, entre outras brincadeiras animadas como pular na cama e fazer imitações e caretas. É a idade ideal para com muita paciência, começar a ensinar a criançada a guardar seus pertences depois de usá-los.

Brinquedos para crianças de 3 a 4 anos são muito fáceis de escolher, pois há sempre novidades no mercado e elas apreciam triciclos, bonecas, trenzinhos, bolas, adoram brincar com pás e baldes na areia, podem começar sua iniciação musical e se divertem com quebra cabeças de peças grandes. Com essa idade as crianças já dominam um vocabulário de mais de mil palavras e fazem pequenas frases, já bem inteligíveis e com grande facilidade.

A criança em fase pré-escolar adora os jogos de faz-de-conta: sua criatividade e imaginação não têm limites e mais do que nunca apreciam brinquedos e brincadeiras que reproduzem o mundo adulto. Em geral gostam de ir ao cinema e ao teatro!

A partir dos sete anos , os recursos cognitivos, motores e perceptivos permitem uma escolha muito ampla e as lojas de brinquedo estão repletas de sugestões, que vão desde jogos de tabuleiro, a brinquedos e jogos eletrônicos, de moldes de gesso a carrinhos guiados por controle remoto, rádios, patins, bicicletas, etc. O ideal é escolher brinquedos que a garotada tenha muita oportunidade de usar e de explorar com sua imaginação.

Os adultos devem sempre ter em mente que mais importante do que o valor financeiro do brinquedo, é a sua qualidade, a segurança, a alegria e o interesse que possa despertar nos pequenos!
_____________________________________________
por Maria Irene Maluf - Pedagoga, especialista em Educação Especial e Psicopedagogia, Editora da revista Psicopedagogia e Conselheira Vitalícia da Associação Brasileira de Psicopedagogia-ABPp.
Data de publicação: 29/09/2008

Cuidados no tratamento de um bebê prematuro

Graças ao avanço tecnológico e ao conhecimento na área da medicina, muitos bebês que antigamente nasciam antes do tempo e morriam hoje estão sobrevivendo e se desenvolvendo. Alguns bebês crescem com as sequelas de um nascimento prematuro, enquanto outros se desenvolvem normalmente.

Mesmo com um desenvolvimento dentro do esperado, as crianças prematuras necessitam de um olhar mais atento. Estudos mostram que uma criança que nasceu prematuramente necessita mais de atendimentos na área de saúde do que os bebês a termo, isto é, que nasceram no tempo correto.

A doutora Beatrice Larroque e o doutor Pierre-Yves Ancel, pesquisadores de uma universidade da França, analisaram 2901 bebês prematuros nascidos entre a 24ª e 32ª semanas de gestação e 667 bebês a termo nascidos entre a 39ª e 40ª semanas de gestação.

Todos os bebês foram analisados ao nascer e aos cinco anos de vida seguindo testes médicos e cognitivos. O resultado mostrou que as crianças prematuras têm uma incapacidade motora maior do que as crianças que nasceram no tempo certo da gestação.

No grupo das crianças prematuras, 5% apresentaram uma incapacidade severa, 9% uma incapacidade moderada e 25% uma pequena incapacidade. Já no grupo das crianças a termo, os números caem: 0,3% para as incapacidades severas, 3% para as moderadas e 8% para as incapacidades menores.

Os autores concluem que essa pesquisa é importante para que os equipamentos da saúde sejam melhores estruturados para uma intervenção precoce, ajudando a amenizar as incapacidades dessas crianças e a orientar as famílias.

Também relatam a importância de mais estudos com essas crianças quando maiores para verificar o quanto de dificuldades escolares irão apresentar, precisando ou não de educação especial.

Dicas

Se seu filho for uma criança prematura, acompanhe seu desenvolvimento juntamente com profissionais qualificados.

Não é porque seu filho nasceu prematuro significa que terá alguma incapacidade, entretanto quanto menor for a gestação, maior o risco da criança precisar de cuidados especiais.

por Bruno Rodrigues

Voz materna é especial para o bebê

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Montreal, Canadá, revelou cientificamente o que o instinto materno sempre indicou: a voz da mamãe é especialmente exclusiva para o seu bebê.

Para dar mais sentido a essa afirmação, foi feito um estudo com 16 recém-nascidos com até 24 horas de vida. Eletrodos foram colocados na cabeça dos bebês enquanto dormiam e foi pedido para que as mães verbalizassem um fonema.

Foi pedido para que outras mulheres, as enfermeiras, repetissem o mesmo exercício.

O monitoramento dos sinais cerebrais dos bebês mostrou que a área cerebral ativada quando a mãe fala é a do hemisfério esquerdo, mais precisamente a área do processamento da linguagem e o circuito responsável pelas habilidades motoras.

Quando a enfermeira falou com o mesmo bebê a parte cerebral ativada foi o hemisfério direito na área do reconhecimento da voz.

Essa pesquisa indica que a mãe é a iniciadora da aquisição de linguagem da criança e que há uma ligação neurobiológica entre aquisição da linguagem pré-natal e habilidades motoras ligadas envolvidas com a fala.

Papo entre mãe e filho ainda na barriga - Você sabia que o bebê, geralmente, começa a escutar a voz da mamãe desde a 24ª semana de gestação (+ou- no 4º mês)?

Uma dica importante que fica diante dessa pesquisa é que a mamãe deve conversar com o seu filho mesmo no período em que bebê está na barriga dela. Não é loucura, não!

Isso é reconfortante, deixa o bebê seguro e faz com que melhore a sua aquisição de fala.

Bruno Rodrigues

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Disfonia Infantil

"Meu filho fala alto demais... grita muito... já cansei de receber reclamações da escola..." e por aí vai!! As queixas são frequentes, tanto de pais como de professores, que não sabem mais o que fazer pra controlar os pequenos!

De forma geral, pais devem observar no filho os seguintes comportamentos e os cuidados que podem ser realizados:

-Quando o bebê chora muito forte, quase gritando poderá ficar rouco, o que às vezes, ocasionará alterações em sua voz.
-A agressividade, insegurança, imitação de animais, apresentadores de programas, de personagens de desenhos também podem provocar alterações.
-Alertar a criança para que não grite, mas para isso, devemos prestar atenção ao que ela tem para dizer.
-Interessar-se por suas atividades. Perguntar o que estão fazendo, se estão gostando, por exemplo, o que você fez na escola hoje?
-Reduzir a competição vocal: evitar tornar o ambiente agitado e evitar freqüentar sempre locais agitados, onde todos querem falar ao mesmo tempo.
-Identificar certos abusos vocais: imitar animais, lutas, monstros, carros. Tentar substituí-los por estalos de língua e vibrações de lábios e língua.
-Combinar com a criança certos sinais para quando ela estiver cometendo um abuso, para não chamar sua atenção na frente das outras pessoas.
-Crianças alérgicas à poeira, perfumes, talcos, e até produtos de limpeza podem ter alterações vocais, bem como as crianças gripadas.
-A criança que possui uma deficiência auditiva pode apresentar um tom de voz mais elevado, isso porque ela não escuta ou escuta muito pouco a sua voz tendo que falar mais alto para se ouvir. --Em contrapartida, crianças ou adultos que convivem com deficientes auditivos devem prestar atenção ao seu tom de voz elevado para não prejudicarem suas pregas vocais com alterações por esforço ao falar.

Cuide da voz do seu filhinho. Qualquer alteração consulte um especialista - otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo. Assim você poderá evitar sérias complicações vocais.


Silmara Barcellos
Fonoaudióloga
(texto com adapatações)