terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Análise da narrativa de idosos institucionalizados e não institucionalizados um estudo comparativo

O resumo a seguir foi o tema do trabalho de conclusão de curso realizado em conjunto com a Fga. Joselice Bueno e orientado pela Fga. Eliane Dadaldo.


RESUMO

Analisa o conteúdo e a estrutura linguística da narrativa oral de idosos institucionalizados e de idosos não institucionalizados, em situação de auto-relato sobre o tema “Conte como foi a sua juventude e como é sua vida hoje.”, tendo como objetivo específico verificar se há diferença entre os dois grupos e analisar se a diferença está vinculada a situação de moradia. Participam do estudo 20 idosos, 10 institucionalizados e 10 não institucionalizados, com idade mínima de 70 anos, de ambos os sexos, de classe média baixa e alfabetizados. Observa-se em ambos os grupos que não há dificuldade na manutenção do tema, porém ocorrem digressões; foi percebida pequena variação entre os grupos sem relevância estatística quanto a manter a seqüência e a relação entre os fatos, geralmente com a inserção de relatos paralelos ao longo da narrativa. Com relação à estrutura nota-se diferença significativa em valores absolutos para o grupo de idosos institucionalizados, mas que não representa relevância estatística significativa (a p<0,05). A análise das narrativas demonstra não haver relevância estatística entre os grupos. Os aspectos analisados sugerem não haver relação direta com a situação de moradia, mas possivelmente com a rede de socialização de cada sujeito. Infere-se que a análise de outros aspectos melhor explicaria os resultados encontrados.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Amamentação e Órgãos Fonoarticulatórios

Ultimamente, tem se observado campanhas enfatizando a importância do aleitamento natural, por ser o leite materno considerado o melhor alimento do ponto de vista nutricional, dando ao bebê proteção imunológica contra doenças infecciosas e alérgicas. A maior importância, ainda, é o prazer que o ato de sugar traz ao bebê, proporcionando segurança, consolo e calor, contribuindo para o seu desenvolvimento emocional e afetivo.

Além destes aspectos, a amamentação, mastigação e respiração provocarão estímulos para o crescimento da face.

No recém nascido, a mandíbula está retruída em relação à maxila e à língua alargada. Com a movimentação de rebaixamento, ântero-posteorização e elevação concomitantes durante a sucção, provocarão impulsos de crescimento ósseo mandibular. Com este crescimento, incorre na diminuição da relação distal com a maxila, favorecendo um certo posicionamento das gengivas para a erupção dos dentes, com isto, há um aumento de espaço oral e obtenção de uma correta oclusão, contribuindo para o alojamento da língua dentro das arcadas dentárias. Este processo gradativo vai proporcionar um posicionamento simétrico, mas não constante dos lábios por volta do sexto mês de vida e no final do primeiro ano há o vedamento labial e a língua fica posicionada atrás dos dentes anteriores; nesta época já se observa um padrão amadurecido de postura de lábios e língua.

Toda essa dinâmica representa estímulos funcionais para um desenvolvimento harmonioso dos OFA.

A alimentação através da mamadeira não propicia toda essa dinâmica.

Tudo ocorre de maneira diferente porque todo aquele ciclo coordenado de movimentos que acontece na amamentação natural, é realizado de maneira muito mais simples. Não há necessidade de um esforço muscular no sentido de ocluir e pressionar o bico com movimentos coordenados de lábios, língua, bochechas e mandíbula para obtenção do alimento.

A criança que não mama no peito não terá suas necessidades de sucção satisfeitas, levando muitas vezes aos hábitos viciosos como sugar dedo(s) ou chupeta.

Hábitos esses, que se prolongarem por muito tempo, trazem danos na área fonoarticulatória. A língua fica em padrão anteriorizado, entre os dentes, deformando a arcada dentária, alterando a produção de sons do tipo: "te", "de", "se", "ze" e " ne" (que podem estar sendo emitidos com a língua protruída).

Portanto, a exercitação da sucção natural é um processo que contribui para o crescimento da mandíbula, favorecendo o crescimento facial, bem como a musculatura orofacial estará maturando para adquirir força para mastigar e triturar sólidos, além de apresentar mobilidade de língua dentro da cavidade oral, propiciando um tono muscular normal que influenciará positivamente na aquisição dos sons da fala.

Fga. Nair Sanae Kiyota

domingo, 5 de dezembro de 2010

Fonoaudiologia e Déficit de Atenção


 

Segundo estudiosos, a Síndrome do Déficit de Atenção (SDA) é decorrente de um conjunto de sinais e sintomas causados por uma imaturidade neurológica, na formação Reticular, localizada no tronco Cerebral.

Quando a criança não atinge a maturidade da Formação Reticular, no momento da velocidade ideal, desenvolve-se um quadro caracterizado por atraso de aquisição de linguagem, associado a distúrbios psicomotores ou de comportamento, que compromete as relações familiares e o aprendizado escolar.

O diagnóstico dessa síndrome é considerado complicado por certos neuropediatras e sem o mesmo, cabe ao Fonoaudiólogo lançar mãos de teorias e técnicas que julgar necessárias e úteis, que são, muitas vezes, exaustivas para se obter um resultado positivo no prognóstico do tratamento, ou até mesmo ir em busca de opções de pesquisas que visam a elucidação de tais casos.

 Além das crianças serem desatentas, devido à incapacidade de selecionarem estímulos importantes, apresentam outras disfunções neurológicas: 
• Formação Reticular: desatenção, hiperatividade, atraso na questão da fala e insensibilidade a dor. 
• Sistema Piramidal: sincinesias. 
• Cerebelo: distúrbios no equilíbrio. 
• Região Parietal: deficiente esquema corporal, dispraxias. 
• Sistema Circulatório: taquilalia, trocas e supressões de fonemas. 
Devido à associação de todas essas imaturidades é compreensível que a criança tenha dificuldades escolares. 

O tratamento é medicamentoso e através de exercícios especiais destinados aos distúrbios que podem ser encontrados. A equipe multidisciplinar, como a fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicomotricidade, ludoterapia, psiquiatria e neuropediatria, trabalha em conjunto.

No ambiente escolar é necessário aplicar técnicas pedagógicas especializadas, em classes adaptadas com menor número de alunos e que realizem estímulos em menores quantidades, devido o grau de dificuldade apresentado pelo portador da SDA.

A hiperatividade é o sintoma que mais chama a atenção de todos, porém é importante destacar que nem todos os portadores da síndrome são hiperativos, o que acontece é que pode acontecer de ser mais distraído ou até mesmo mais agitado.

 É importante fazer essa diferenciação para não rotular uma criança que apresente tais comportamentos como portador da SDA. O fonoaudiólogo irá trabalhar, principalmente, as anormalidades motoras e de sensibilidade.

Por Elen Cristine M. Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola